segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

santa claus is coming to town...

Eu nunca acreditei em Papa Noel.
Ou coelho da Páscoa ou fada do dente.
Na 3ª série (na minha época era assim que se chamava), eu odiava os textos infantis.
Eu tinha 8 anos e já lia Agatha Christie! Como poderia achar "Tato: o pintor de palhaços" interessante?
Adorava filmes de terror, e contos de horror.
Eu sempre torcia para os vilões vencerem no final.
De algum modo, o bem não me atraía. O bonzinho era sempre um idiota que de repente, sem mérito algum, mas apenas porque recebia algum "dom" (super poder) vencia no final.
Diferente dos vilões. Estes tinham que maquinar, e tecer tramas, e inventar artimanhas para atingir o objetivo. 
Até os vilões de antigamente eram mais espertos e inteligentes. E inteligência sempre foi algo muito atraente para mim.
E uma característica com a qual eu me identificava com os vilões: em muitos dos casos, o vilão era apenas mau compreendido. Tinha algum trauma não resolvido, que o motivou a agir com maldade. Sofreu e foi muito machucado no passado, e agora queria destilar sua amargura na humanidade, punindo todos que passassem no seu caminho.
Eu tinha sofrido. Aliás, quando eu tinha 8 anos eu sofria. Sofria bullying, discriminação porque era pobre. Discriminação porque era mais inteligente que os demais. Discriminação porque gostava de terror, e não de pôneis cor de rosa. Não que eu não gostasse dos pôneis cor de rosa. Mas eu gostava muito mais dos contos de terror. Eu era diferente e por isso eu sofria. 
Eu era inadequada.
Eu ainda sou inadequada. Graças a Deus eu sou absurdamente inadequada para este mundo.

Mas um dia ouvi dizer de alguém... Que sofreu porque era diferente.
Que sofreu porque era pobre.
Que sofreu porque era mais inteligente do que muitos.
Sofreu porque não aceitava as coisas como elas eram e quis mudar.
Ele veio pra mudar.

Ele que começou tão frágil naquela manjedoura...
Ele que parecia derrotado naquela cruz.

Pela primeira vez na vida eu vi o Bem como realmente deve ser.
O Bem não é burro como os filmes mostram.
O Bem não é idiota como vemos na TV.
O Bem não é ridículo, cheio de laços cor de rosa, e mimado com todo o tipo de luxo.
Não.
O Bem é inteligente.
Pela primeira vez na vida senti-me atraída pelo Bem, porque conheci o Bem que é mais inteligente do que os outros.
Não é acomodado.
Não tem super poderes.
Sendo Deus escolheu ser homem como todos nós... sem poder algum.
Podia ter aniquilado os seus acusadores quando estava lá naquela cruz, mas escolheu ir até o fim, como todo mundo: até a morte.
Podia ter se materializado grande na Terra, assim convenceria a todos de que era realmente Deus, mas escolheu ser um de nós e ganhar a nossa confiança através da identificação.
Ninguém pode ser um super herói.
Não dá pra salvar o mundo usando minha força extrema, ou sabendo voar, ou tendo mil e uma geringonças capazes de deter atos de maldade, ou pessoas malvadas.
Eu sou apenas um ser humano.
E Ele veio pra dizer que, sendo apenas um ser humano, somos capazes de deter o mal.
Não precisamos de super poderes...
Não precisamos ser idiotas...
Não precisamos ser burros...
Precisamos apenas aprender dele, com ele... E com a força que há nas palavras dele, somos capazes de deter o mal.
Dá pra salvar o mundo?
Óbvio que não!
Isso é um trabalho pra Ele.
Ele está salvando o mundo... Uma pessoa de cada vez.
Todos aqueles que aceitam achegar-se a Ele, Ele salva.

Ele me salvou. Me salvou de minhas amarguras, do meu medo, da minha tristeza, das incertezas da vida.
Dia após dia Ele me salva.
E como Ele é inteligente!
Quero aprender com Ele a ser mais e mais inteligente. 
Quero dele a força para derrotar o mal diário.
Porque Ele ensinou que não adianta andar ansioso pela vida, preocupado com o dia de amanhã que pode nem chegar.
Ele ensinou que basta a cada dia o seu mal.
E eu quero vencer esse mal de cada dia.

E é por isso que independente de não ser essa a data exata de seu nascimento, independente do mundo capitalista que vivemos estar querendo me consumir, me seduzindo dia a dia a ser apenas mais uma na multidão de imbecis levados pelo engodo desse mundo, é por isso que eu celebro o Natal.

Não só no dia 25 de dezembro. Eu celebro o Natal a cada dia.
Porque preciso vencer o mal a cada dia.
Sem super poderes, sem artimanhas, sem geringonças.

Houve um tempo, eu cheguei a pegar um pouquinho disso, onde o mundo ainda se lembrava do porque celebrava o Natal.
Hoje em dia... Pode até haver luzes nas casas, mas e nos corações?
A chama de muitos há muito se apagou.
Esqueceram-se do motivo por trás do Natal.
Foram vencidas pelo mal deste mundo.
E a menos que voltem-se para aquele que veio para salvar o mundo, viverão vencidas e escravas do mal.

E é por isso que escrevo hoje esse post.
Para que se você é uma dessas pessoas cuja chama está apaga ou apagando, você possa se lembrar que o Natal existe. E é todos os dias no coração daquele que luta diariamente para vencer o mal.

Porque o Bem existe. E já venceu o mal. E porque Ele venceu o mal, podemos resistir e não sucumbir ao mal que alastrou-se pelo mundo.
Acredito que em breve o Natal não passará de mais uma data comercial, como qualquer outra. Se é que já não aconteceu...

Deixa ele, então, acender a chama no seu coração.
Ele não é mais aquele menino na manjedoura.
Ele não é mais aquele morto naquela cruz.
Ele é quem nos dá a força diária, o "super" poder de vencer o mal a cada dia.

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