sábado, 15 de dezembro de 2012

cinza


E eu aqui parado em minhas vestes pretas
e as negras nuvens que no céu surgiam
fazem o sol parecer um mito
uma lenda de um país muito distante.
Busco um disfarce pra esconder meu pranto,
na negra noite que se atira ao longe
mas a vaidade que mascara a alma
rouba-me de mim por um único instante.
É quando eu posso perceber que quem morreu fui eu
e enterrado vou nas memórias ofuscadas,
embalado pelas cinzas, madrugadas
e o meu corpo desvanece lentamente...
Apagado todo o rastro de mim mesmo
e o corpo mesmo morto ainda sente;
como pode se em vida não sentia?
Pra provar somente a ironia,
dura a vida, doce morte simplesmente.
E se o rio derramado foi o pranto,
o martírio, o perdão, o triste canto
choram as águas dessa vida derradeira
de uma vida, se vivida, que vivera

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