sábado, 5 de dezembro de 2015

domingo, 1 de novembro de 2015

apocalipse # 1

Eu dei uma última olhada no 
mundo lá fora.
Percebi que não há pressa.
A revolução pode esperar mais um dia.


sábado, 24 de outubro de 2015

consolo

Nessa minha busca insana por esse algo que durante muito tempo eu não soube o que era eu tenho, é claro, muitos arrependimentos.
Mas parando pra pensar agora... Eu não perdi nada.
Estive por aí, buscando, correndo, fugindo, me escondendo, mas nesse meio tempo eu não perdi a minha vida, ao contrário, eu a vivi.
Tenho vivido minha vida numa intensidade em que as pessoas que me olham morrem de medo e acham que eu a estou jogando fora, quando na verdade, o fato de eu estar em movimento me faz sentir cada vez mais viva.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

colagem

E se a gente resolvesse fugir, todo mundo junto? Fugir desse lugar pra outro lugar... Deixar pra trás toda essa droga que já vem malhada antes de eu nascer? E se a gente decidisse que hoje seria o último dia que viveríamos assim, o último dia em que ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais?
E se a gente finalmente entendesse a força de um pensamento, pra nunca mais esquecer? 
E se pegássemos carona na calda de um cometa pra ver a Via Láctea?
E se a gente embarcasse num balão, onde para ser bem vindo não importa se é criança, ou se tem mais idade, basta ter felicidade no coração?
E se a gente acordasse que viver pra ser melhor também é jeito de levar a vida e levássemos a vida assim, pra ser melhor pessoa?
E se a gente vivesse de tal modo que o acaso não precisasse nos proteger?
E se a gente conseguisse finalmente esquecer as brigas que perdemos?
E se no final de tudo descobríssemos que de nada importava ganhar ou perder, mas sim tentar?

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

motivo # 2

Hoje eu chorei por lembrar de alguém que já se foi, e de como ele me abraçou tão apertado um dia antes de morrer. Se eu soubesse que era um adeus, teria abraçado mais forte.

domingo, 20 de setembro de 2015

nostalgia

Eu não gosto de olhar as nossas fotos.
Eu as guardo, e sempre as guardarei.
Elas fazem parte do meu precioso tesouro.
Mas eu não gosto de olhar as fotos
Mas sempre que me lembro de nós dois juntos, e dos momentos que tivemos,
um sorriso bobo me vem aos lábios.
Sua lembrança me faz sorrir.
Hoje ouvi alguém dizer que nostalgia é uma lembrança que machuca, mas saudade é uma lembrança que alegra.
Sua lembrança me alegra o coração.
É certo que não foi sempre assim.
Houve um tempo em que sua lembrança me machucava muito.
Mas agora que estou curada, que sua presença em mim passou, que cicatrizaram todas as marcas que você me deixou, agora sua lembrança me alegra e me faz sorrir.
Você sempre foi a minha lembrança preferida.
Você sempre foi a dor em que eu senti certo prazer.
E hoje lembrando do seu sorriso, do barulho do seu sorriso, e de como você consegue sorrir com o olhar...
Hoje lembrando do som da sua voz, e de nossas conversas profundas sobre a vida, ou quando simplesmente ficávamos calados lado a lado admirando a beleza da vida...
Hoje quando me  vem à memória tudo o que você foi pra mim... Hoje eu consegui sorrir.
E hoje você é pra mim a minha mais doce saudade.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

domingo, 30 de agosto de 2015

O "dia" em que a lua sumiu

"É a maior lua" - disseram.
Ela nunca esteve tão grande desde sei lá quanto tempo atrás.
Não se falava em outra coisa, senão na lua gigante.
Era um grande evento, e tão simples, mas tão singular: uma lua gigante.
E hoje em dia nunca foi tão fácil alardear coisas, assuntos, fazer um "big deal of everything".
Eu já tinha tentado ver a lua gigante, mas não dava do quintal da minha casa, se é que se pode chamar isso de quintal.
Subi na laje, mas mesmo assim não deu pra ver. 
Pensei: "tá tudo bem, amanhã é um outro dia, e quem sabe amanhã eu consiga", e deixei pra lá.
Amanhã chegou mais rápido que um estalar de dedos, mas como sempre, eu nem percebi, quando vi já era noite.
Foi então que alguém me mandou uma mensagem com uma foto, dizendo que nunca viu a lua tão linda.
Joguei o celular de lado, e sai correndo pra ver a lua. 
Minha mãe achou aquilo estranho": "onde você vai?" - gritou ela.
"Ver a lua" - respondi. "Onde ela está?
Que pergunta mais bizarra! Eu jamais imaginei que algum dia na vida eu iria perguntar onde estava a lua. 
Ao que minha mãe respondeu: "Olhe naquela direção que a verá".
Sai correndo, subindo escadas, escaneando o céu com meus olhos, e nada da lua.
Fui pra rua, subi o morro, rastreando onde meus olhos podiam alcançar, e nada da lua.
Nariz empinado, olhos ao alto, e nada da lua...
Caminhei desesperada, olhos lacrimejando,  buscando encontrar a lua gigante!!!!
Quão difícil deveria ser enxergar algo "gigante", pelo amor de Deus!?
Mas nada da lua.
Eu podia ver o brilho dela, lá longe, mas não a podia ver.
"Roubaram a lua do meu céu", concluí chorando.
Voltei pra casa destruída, destroçada, fracassada como poucas vezes na vida me senti.
Minha mãe me esperava no portão: "Aonde você foi? Sua irmã foi atrás de você mas não te encontrou. Viu a lua?"
"Roubaram a lua do meu céu...." - respondi resignada.
Por que você está chorando? - ela insistiu.
"Porque do buraco onde me encontro, não consigo enxergar a lua".
E logo eu que sempre amei a noite.
Muitos se guiam pelas estrelas, mas não eu. Não... Eu não!
Eu sempre me guiei pela lua.
De modo que, quando me levaram o brilho das estrelas, eu fiquei triste, mas ainda tinha a lua.
Sempre que eu lembrava de que haviam me privado do dourado do sol, e até mesmo dos mais fininhos raios, eu ficava triste, mas o que me consolava era lembrar que à noite, eu tinha a lua.
Não pude ver a lua gigante. E isso não é nada irônico, é patético.
Eu sempre me achei tão humilde por me conformar com a luz da lua. A lua que nem luz própria tem, que sempre pega emprestado do sol.
Tem gente que não aceita menos do que a luz do sol. Mas eu não! Eu sempre me conformei com a lua.
Mas agora, nada.
Não tem sol entrando pela minha janela...
Não tem estrelas no meu céu, é tudo cinza...
E pra piorar tudo, não tem mais lua no meu céu.
Meu céu está vazio.
Isso não está certo...
Não... Não!
Não mesmo, isso não está certo!
Sol, lua estrelas são de graça! Deveriam ser!
Mas agora, me tiraram tudo!
Ao me roubarem a lua, me tiraram a última luz que me restava.
Encontro-me neste buraco em completa escuridão...
Algo precisa ser feito. Chega! Não dá pra viver assim!
E você só percebe que tem que mudar de vida, 
de ares,
de lugares,
de nome e 
de profissão,
quando percebe que o seu céu está vazio.

domingo, 23 de agosto de 2015

nachricht

Why you can not just forget about me?
Stop stalking me.
I know you keep following me to try to know what is happening in my life.
Forget about me because I hardly know who you are.

sábado, 22 de agosto de 2015

pillow

I wish I had long enough arms to hug you from here.
But apparently my wings are long, but my arms are just waiting for the next time we'll be together.

domingo, 16 de agosto de 2015

gem

Your memories are not for everyone. They belong only to you.


shortcoming

I terribly failed each time I tried to give someone a dream. I've learned that you can't give someone a dream. Dreams are not meant to be given away.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

infelicidade

Eu sinto uma necessidade enorme de dizer quem sou...

tutto di te...

De todos os lugares que já visitei, a Itália me deixou uma saudade que chega a doer.
Não consigo explicar isso. Tudo lá é lindo, é alegre, é quente, ensolarado no verão. Tudo lá é gostoso: o vinho, a comida, o clima, os doces, os olhares, os abraços, os encontros e as despedidas. Mas ainda assim não faz sentido esse aperto que sinto no peito cada vez que sinto cheiro de café; cada vez que ouço uma música em italiano, cada vez que vejo uma máscara ou escuto um violino solitário entoando sua triste canção.
O que será que eu deixei na Itália, e que agora me faz tanta falta? O que eu perdi por lá?
Ou será que lá encontrei algo que eu pensei ter perdido e que agora me aperta todo o peito tentando se encaixar?

Oh bella Italia, mi manca la tua belleza... mi manca tutto di te.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

minhas memórias

Vou compartilhar meu olhar, e com ele minhas memórias.



"Eu fotografo porque não sei pintar.
A fotografia foi a maneira que encontrei para eternizar o meu olhar"

domingo, 9 de agosto de 2015

remember me

Eu sei o que estarei fazendo momentos antes de morrer.
Estarei olhando minhas fotografias, revisitando minhas memórias.
Assim, poderei morrer em paz ao ver que vivi.

sábado, 8 de agosto de 2015

helpless

Eu fico esperando pelas horas como se elas fossem chegar para mim.
Espero como se fossem trazer algo q
ue tanto quero.
Eu fico olhando as horas como se elas fossem me elucidar algo que tanto desconheço.
Olho como se elas fossem me mostrar aquilo que preciso ver.
Eu fico me escondendo das horas como se elas fossem me machucar.
Me escondo como se fosse por elas procurada.
Acabo me esquecendo de que as horas são apenas uma medida de tempo, e o tempo não para, o tempo não espera...
 O tempo passa tão depressa que na maioria das vezes nem vemos o tempo passar.

Mas acima de tudo, não temos como nos esconder do tempo.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

sower

Wait just for the waiting is a 
waste of time.
You need to make yourself 
useful while waiting.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

sábado, 6 de junho de 2015

stolen

Everyday I dress myself with my best smile despite all my sorrows and pain and then I face the world.
Today was an exception.
I couldn't even smile...
What happened to my mask?
Where did I lose it?

shhhhh... # 5

So much noise that I can barely hear my own thoughts.
Not that my thoughts are worth hearing but... Still I wish I could have a moment of peace and quiet silence.
I don't even remember what does the silence look like.
Not that anyone care but... Still I wish I could have a moment of silence in my soul. Because the noise outside echoes in here, in my mind.

give me a favour # 2

Please, don't pretend that you care when you don't give a shit about it.

terça-feira, 26 de maio de 2015

me, mim, comigo

Relendo umas postagens antigas de um blog que não interessa a ninguém, senão a mim, senti uma vontade enorme de sair de mim pra me abraçar...

sexta-feira, 15 de maio de 2015

notas de rodapé

Ao tentar tocar a música
foi por ela, então, tocado.
Mas quando quis ser tocado pela música
tocou apenas o violão.
E quando a música, enfim, o tocou
nunca mais tocou o chão.

you can keep your hat on...

Era apenas um chapéu preto numa cabeça vazia.

aqui e ali

Vendo suas coisas todas jogadas
roupas espalhadas como quem não mora aqui.
As malas sempre feitas esperando a partida 
do então final feliz
Olho tão triste o amontoado de coisas,
como quem não pertencesse à qui.
Sinto uma culpa e um medo tão engraçados,
são tantos os laços que fazem-se aqui.
Alguns já quebrados,
alguns apagados,
todos entrelaçados nos cantos, recantos...
Nas roupas, nos prantos,
nos pratos, nos lados,
na estante e no instante
em que quis se partir.
Partir-se de onde?
Indo-se pra onde?
Se tudo o que sempre sonhou foi aqui?
Levando embora
toda essa demora
e o quanto se chora sabendo-se ali?
Aqui que cresceste,
aqui que conheces...
Aqui que te fazes em casa, e ali?
Ali te demoras
e o quanto se chora
fazendo-se aqui e ali.

domingo, 10 de maio de 2015

quinta-feira, 7 de maio de 2015

fallacy

Aquela pessoa que arruma o quarto na ilusão de que está no controle e de que pode, finalmente, arrumar algo em sua vida...

quarta-feira, 29 de abril de 2015

quarta-feira, 22 de abril de 2015

pathétique

How pathetic you are...
Coming here to checking up on my life.
Don't you remember?
You didn't wanna be part of it!
So stop being stupid and move on.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

domingo, 29 de março de 2015

super

If I was a superhero my superpower would be "invisibility", that for sure.
Wait a moment... 
I think I am a superhero!

sexta-feira, 27 de março de 2015

impossible

she had this stupid dream.
she wanted to be somebody's muse...
the muse of just one somebody.

segunda-feira, 23 de março de 2015

TPM: lembrete # 1

Eu não vou morrer disso.


A TPM por pior que seja não pode me matar. Então, relax! Devo ter isso em mente. Está horrível, tá uma merda, mas não é fim do poço, não é o último suspiro, não é o fim da picada. É apenas mais uma fase, a mesma de sempre, desde que eu tinha 13 anos, que vai se repetir por pelo menos mais uns... 18 anos!

Nãããããããããoooooooooooooooooo

TPM: mandamento # 5

5) Minha luta não é contra ninguém, se não contra eu mesma.


Quando na TPM o único inimigo a quem devo combater sou eu mesma, pois estarei sob o domínio dos hormônios enlouquecidos. Então, uma boa dica é relaxar. Banhos demorados, um livro, músicas suaves. Se tiver vontade de chorar chore. E se alguém perguntar, não é preciso matar a pessoa, ou gritar ou espernear. Basta tão somente lembrar-se que essa vontade de voar no pescoço (do dito cujo curioso e perguntador) que você está sentindo não vem de você. Então, lembre: o que sinto não é importante. Quero matar a pessoa, mas isso vai passar, não é importante. Então, releve. Deixe passar. Respire fundo, conte até 10. Se não tiver outro jeito, ignore a pessoa. É melhor do que responder através dos hormônios.

TPM: mandamento # 4

4) Nunca dar ouvidos aos meus sentimentos quando estiver na TPM.


O que eu sinto quando estou na TPM não importa. Vai passar em questão de dias. Mas alguém pode dizer que esse mandamento é igual ao primeiro. Mas não é. Uma coisa é eu saber que a realidade não é alterada pelos meus sentimentos. Outra coisa é eu saber que o que eu sinto não é importante. Não quando estou na TPM. Então, se eu me sentir miserável, querendo morrer, uma tristeza infindável e achando que minha vida é uma merda, e que ninguém me ama, etc, nada disso é importante. E não é importante porque não é real. Vai passar.

TPM: mandamento # 3

3) Avisar ao mundo que está na TPM não é o suficiente.


Muitas vezes eu espero que, fazer as demais pessoas cientes de que estou na TPM, anulará todos os efeitos devastadores e catastróficos que ela terá sobre mim e consequentemente sobre as pessoas que me rodeiam. Não basta avisar aos chegados que você está na TPM. É, digo chegados porque tem gente que acha que precisa colocar num outdoor, postar no Facebook, Twitter e afins. Aff... Não! Mas, aos chegados é sempre bom lembrar, porque os verdadeiros chegados já terão uma leve ideia, porque acompanham esse evento de certa data. Mas não basta dizer: “Estou na TPM”. É necessário você ter consciência plena disso. Eu sou a primeira pessoa que deve saber que eu estou na TPM. Eu sou a primeira pessoa que deve ter ciência disso. E sabendo disso, tomar as devidas precauções, tais como: comprar um monte de chocolate, evitar os filmes tristes e não dar ouvidos aos meus sentimentos.

TPM: mandamento # 2

2) Jamais tomar uma decisão estando na TPM


Qualquer decisão, por mínima que seja, acarretará em arrependimento. Sendo assim, eu jamais devo tomar qualquer decisão sabendo que estou sob o domínio hormonal. Comprar é ótimo, certo? Geralmente faz as pessoas – especialmente as mulheres – sentirem-se bem. Mas comprar na TPM fará com que você compre em excesso, e depois odeie tudo o que comprou. Então, eu jamais tomarei qualquer decisão, por mínima que seja estando na TPM. O mundo pode esperar. É óbvio, tem certas situações na vida – as de vida ou morte – que exigem uma decisão rápida, espontânea. Mas tirando os casos de vida ou morte, todo o resto pode esperar uma semana para ser decidido. Acredite, todo o resto pode esperar.

TPM: mandamento # 1

1) Meus sentimentos não alteram a realidade.


Isso significa que não importa como eu estou me sentindo, isso não está interferindo na realidade. A realidade independe de minhas emoções, dos meus pensamentos. É bem verdade que aquilo que achamos ser real nos será real. Motivo pelo qual as pessoas quando enlouquecem perdem essa capacidade de olhar a realidade objetivamente. E sendo a TPM uma espécie de loucura passageira, ela certamente fará você perder a objetividade. Então, da próxima vez que eu achar que meu namorado está me traindo, ou que Deus se esqueceu de mim, ou que meus amigos e família não me amam nem me compreendem, devo parar por alguns segundos e olhar o calendário. Certamente será aquela época do mês. Claro que namorados traem, e amigos deixam de serem amigos, mas família nunca deixará de ser família. E a TPM nos faz pensar em todas essas questões simultaneamente. E Deus... Jamais esquece ninguém. 

tpm # 2

Toda mulher sabe desse assunto e não existe nada que possa ser acrescentado sem que tenha sido dito milhares de vezes.


Mas a natureza parecer ser tão cruel às vezes, porque somente mulheres passam por esse inferno hormonal TODO santo mês. Diz a lenda que não são todas as mulheres, que existem aquelas mitológicas que não sentem nada. Eu particularmente duvido fortemente disso, porque todas as mulheres que eu conheço sofrem desse mal.
Enfim, tem gente que acredita em duendes...
Então alguém me pergunta por que raio de motivo eu escrevo a respeito desse assunto tão “batido”. Porque preciso. Porque talvez exista uma minúscula chance de eu me sentir um pouco melhor, enquanto enfrento isso mais uma vez.
Eu compreendo os homens. Quero dizer, compreendo o fato de que eles não nos compreendem, porque chega a ser inacreditável!
Eu mesma não acreditaria se não fosse comigo. O corpo fica mais preguiçoso, e cheio de “não me toques”, porque tudo dói: as pernas doem, os seios doem, as costas doem...
O humor fica insuportável, oscilando da euforia para a depressão em questão de segundos, e milhares de vezes por dia. O que nos torna seres humanos desprezíveis muitas vezes.
Mas isso sem falar nos pensamentos que passam pela nossa cabeça, e invadem nossas certezas. Ao menos as minhas.

A TPM me faz perder a objetividade, e começo a ver o mundo completamente distorcido. A TPM me faz pensar fora de foco. Eu nunca imaginaria que fosse possível pensar fora de foco, mas é, acredite-me.
Platão disse certa vez que o mundo perfeito é o das ideias. Acredito que ele só disse isso por ser homem. Se fosse mulher e tivesse fortes crises de TPM – como as minhas e de milhares de mulheres pelo mundo afora – ele jamais diria isso.
Porque a TPM me faz ver a realidade distorcida, e distorce obviamente minhas ideias, meu conceito da realidade. Então, por 10 dias no mês (isso mesmo, eu sofro!) eu perco a razão, me torno como uma louca, onde tudo o que eu vejo pode não ser o que eu vejo. Onde a realidade como eu a percebo, muito provavelmente, não é como eu a percebo.

A TPM altera minha percepção do mundo, de mim mesma, dos meus próprios sentimentos e, claro, do sentimento das outras pessoas por mim.
Torno-me paranóica, esquizofrênica, louca mesmo.
Mas no momento em que estou tomada por essa onda de hormônios, onde ajo como uma pessoa possuída, eu perco a objetividade, e por mais que eu tente me convencer de que tudo não passa da maldita TPM, 90% das vezes eu perco a razão. É como se fosse impossível e inevitável que você afunde nesse mar negro de certezas mentirosas e distorcidas.
Estou com 35 anos, eu já devia saber!!! Mas não. É como se a maldita fosse se aperfeiçoando com o tempo, é como se fosse algo vivo e inteligente, dotado da capacidade de formar estratégias de como fazer você se sentir miserável.
Ela quer destruir a sua vida. Ela quer destruir os seus relacionamentos, ela quer ver você perder o emprego, a auto estima, ela quer que você perca sua identidade. Ela quer destruir você. E ela vai fazer de tudo para que isso aconteça.

E parece que quanto mais resistimos, mais forte ela vem no próximo mês. E chega uma hora que é inevitável, ao menos é o que parece. E então falamos aquele monte de merdas, e tomamos atitudes que jamais tomaríamos em sã consciência. E no instante em que a menstruação desce, pronto. Tudo está terminado. Comigo é assim.
Aí vem o arrependimento. Aí você olha ao redor e só então consegue enxergar o massacre. Só então consegue ver a dimensão do estrago feito pelas suas próprias mãos, mas que você jamais seria capaz de fazer por si só.
Mas quem está de fora não consegue compreender. Nem eu mesma compreendo muitas vezes. Chego a me odiar. Mas não adianta. Se o ódio resolvesse o problema...
Então, o que fazer? Uma vez que essa parece ser uma guerra perdida, o que fazer? Enterrar-se? Isolar-se do resto do mundo?  Essa seria uma boa opção, mas totalmente inviável, uma vez que temos vida para cuidar. Seria ótimo se pudéssemos nos trancar num canto, longe de tudo e todos, rodeada por chocolate de todos os tipos, lenços de papel e um saco de boxe.

Mas infelizmente essa não é a realidade. Platão tem lá sua razão quando diz que o mundo perfeito é o das ideias...
Mas sejamos realistas, o que fazer para não deixar a TPM tomar o controle e destruir a sua vida?
Eu estou escrevendo esse texto, que me servirá de manual. Na verdade, deixe-me pesquisar...

É... Não encontrei nada. Sendo assim, farei aqui os meus mandamentos a serem seguidos quando eu estiver na TPM.