terça-feira, 2 de julho de 2013

desnudar-se

Hoje eu finalmente tive a coragem de me olhar.
Fiquei completamente nua em frente ao espelho.
Não sei porque tanto pudor com relação ao próprio corpo.
Sempre tive um problema sério de baixa auto estima.
Mas hoje eu venci...
Tomei coragem e me despi.
Não foi fácil.
E acredite-me ou não, foi a primeira vez.
A primeira vez que eu olhei meu corpo completamente nu.
Olhei cada detalhe...
Descobri muitas coisas interessantes.
Tenho milhares de pintinhas que vão descendo desde o meu pescoço até chegar nos meus quadris.
São bonitas... E talvez eu deva ir ao dermatologista... elas são muitas.
Prestei bastante atenção ao formato dos meus ossos.
Também fiz caretas em frente ao espelho. Eu sorri, fiz cara de triste.
Eu quis colocar tudo de mim naquele meu corpo que estava me sendo apresentado pela primeira vez.
Meu corpo... estava ali nu diante dos meus olhos pela primeira vez.
Que loucura isso!
Eu já tirei a roupa para homens... mas nunca tinha tirado a roupa pra mim mesma.
Como eu pude? Como pude mostrar meu corpo pra um homem sem antes tê-lo mostrado a mim mesma?
Como pude oferecer a alguém a visão desse precioso ornamento da minha alma, sem antes eu mesma ter conhecimento dele?
Fiquei ali bastante tempo contemplando esse meu templo...
No início me achei tudo: feia, gorda, desconjuntada, assimétrica... 
Mas depois de olhar pra todo ele, depois de percorrer com meus olhos cada pedacinho dele e tomar conhecimento de cada pintinha, de cada gordurinha, de cada cicatriz, de cada manchinha... depois de tomar conhecimento de cada mínimo detalhe do meu corpo, eu me achei linda.
E esse instante mágico me fez sorrir. 
E me achei ainda mais bonita.
E o conhecimento disso me fez chorar. Não um choro triste, mas um choro feliz.
Rolaram lágrimas de alegria que molharam meu corpo nu.
Como que batizando esse momento, e o eternizando na minha memória.
Eu dei as boas vindas à mim mesma.
E sabe o que me foi ainda mais maravilhoso?
Eu gostei de mim. Gostei dessa parte até então desconhecida de mim mesma.
E se eu sou capaz de me gostar, certamente outra pessoa também será.

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