Eu necessito ver as palavras...
Reflexões que faço para não enlouquecer. Algumas são curtas, outras são estúpidas, e algumas outras são curtas e estúpidas. Whatever... Eu só quero me livrar de tanta coisa no meu peito. Se é curta ou estúpida, fica a critério do leitor. Enjoy it!
sábado, 5 de dezembro de 2015
domingo, 1 de novembro de 2015
apocalipse # 1
Eu dei uma última olhada no
mundo lá fora.
Percebi que não há pressa.
A revolução pode esperar mais um dia.
sábado, 24 de outubro de 2015
consolo
Nessa minha busca insana por esse algo que durante muito tempo eu não soube o que era eu tenho, é claro, muitos arrependimentos.
Mas parando pra pensar agora... Eu não perdi nada.
Estive por aí, buscando, correndo, fugindo, me escondendo, mas nesse meio tempo eu não perdi a minha vida, ao contrário, eu a vivi.
Tenho vivido minha vida numa intensidade em que as pessoas que me olham morrem de medo e acham que eu a estou jogando fora, quando na verdade, o fato de eu estar em movimento me faz sentir cada vez mais viva.
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
dito popular
Para algumas situações: "melhor cedo do que tarde".
Para todas as outras: "antes tarde do que nunca".
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
colagem
E se a gente resolvesse fugir, todo mundo junto? Fugir desse lugar pra outro lugar... Deixar pra trás toda essa droga que já vem malhada antes de eu nascer? E se a gente decidisse que hoje seria o último dia que viveríamos assim, o último dia em que ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais?
E se a gente finalmente entendesse a força de um pensamento, pra nunca mais esquecer?
E se pegássemos carona na calda de um cometa pra ver a Via Láctea?
E se a gente embarcasse num balão, onde para ser bem vindo não importa se é criança, ou se tem mais idade, basta ter felicidade no coração?
E se a gente acordasse que viver pra ser melhor também é jeito de levar a vida e levássemos a vida assim, pra ser melhor pessoa?
E se a gente vivesse de tal modo que o acaso não precisasse nos proteger?
E se a gente conseguisse finalmente esquecer as brigas que perdemos?
E se no final de tudo descobríssemos que de nada importava ganhar ou perder, mas sim tentar?
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
domingo, 20 de setembro de 2015
nostalgia
Eu não gosto de olhar as nossas fotos.
Eu as guardo, e sempre as guardarei.
Elas fazem parte do meu precioso tesouro.
Mas eu não gosto de olhar as fotos
Mas sempre que me lembro de nós dois juntos, e dos momentos que tivemos,
um sorriso bobo me vem aos lábios.
Sua lembrança me faz sorrir.
Hoje ouvi alguém dizer que nostalgia é uma lembrança que machuca, mas saudade é uma lembrança que alegra.
Sua lembrança me alegra o coração.
É certo que não foi sempre assim.
Houve um tempo em que sua lembrança me machucava muito.
Mas agora que estou curada, que sua presença em mim passou, que cicatrizaram todas as marcas que você me deixou, agora sua lembrança me alegra e me faz sorrir.
Você sempre foi a minha lembrança preferida.
Você sempre foi a dor em que eu senti certo prazer.
E hoje lembrando do seu sorriso, do barulho do seu sorriso, e de como você consegue sorrir com o olhar...
Hoje lembrando do som da sua voz, e de nossas conversas profundas sobre a vida, ou quando simplesmente ficávamos calados lado a lado admirando a beleza da vida...
Hoje quando me vem à memória tudo o que você foi pra mim... Hoje eu consegui sorrir.
E hoje você é pra mim a minha mais doce saudade.
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
domingo, 30 de agosto de 2015
O "dia" em que a lua sumiu
"É a maior lua" - disseram.
Ela nunca esteve tão grande desde sei lá quanto tempo atrás.
Não se falava em outra coisa, senão na lua gigante.
Era um grande evento, e tão simples, mas tão singular: uma lua gigante.
E hoje em dia nunca foi tão fácil alardear coisas, assuntos, fazer um "big deal of everything".
Eu já tinha tentado ver a lua gigante, mas não dava do quintal da minha casa, se é que se pode chamar isso de quintal.
Subi na laje, mas mesmo assim não deu pra ver.
Pensei: "tá tudo bem, amanhã é um outro dia, e quem sabe amanhã eu consiga", e deixei pra lá.
Amanhã chegou mais rápido que um estalar de dedos, mas como sempre, eu nem percebi, quando vi já era noite.
Foi então que alguém me mandou uma mensagem com uma foto, dizendo que nunca viu a lua tão linda.
Joguei o celular de lado, e sai correndo pra ver a lua.
Minha mãe achou aquilo estranho": "onde você vai?" - gritou ela.
"Ver a lua" - respondi. "Onde ela está?
Que pergunta mais bizarra! Eu jamais imaginei que algum dia na vida eu iria perguntar onde estava a lua.
Ao que minha mãe respondeu: "Olhe naquela direção que a verá".
Sai correndo, subindo escadas, escaneando o céu com meus olhos, e nada da lua.
Fui pra rua, subi o morro, rastreando onde meus olhos podiam alcançar, e nada da lua.
Nariz empinado, olhos ao alto, e nada da lua...
Caminhei desesperada, olhos lacrimejando, buscando encontrar a lua gigante!!!!
Quão difícil deveria ser enxergar algo "gigante", pelo amor de Deus!?
Mas nada da lua.
Eu podia ver o brilho dela, lá longe, mas não a podia ver.
"Roubaram a lua do meu céu", concluí chorando.
Voltei pra casa destruída, destroçada, fracassada como poucas vezes na vida me senti.
Minha mãe me esperava no portão: "Aonde você foi? Sua irmã foi atrás de você mas não te encontrou. Viu a lua?"
"Roubaram a lua do meu céu...." - respondi resignada.
Por que você está chorando? - ela insistiu.
"Porque do buraco onde me encontro, não consigo enxergar a lua".
E logo eu que sempre amei a noite.
Muitos se guiam pelas estrelas, mas não eu. Não... Eu não!
Eu sempre me guiei pela lua.
De modo que, quando me levaram o brilho das estrelas, eu fiquei triste, mas ainda tinha a lua.
Sempre que eu lembrava de que haviam me privado do dourado do sol, e até mesmo dos mais fininhos raios, eu ficava triste, mas o que me consolava era lembrar que à noite, eu tinha a lua.
Não pude ver a lua gigante. E isso não é nada irônico, é patético.
Eu sempre me achei tão humilde por me conformar com a luz da lua. A lua que nem luz própria tem, que sempre pega emprestado do sol.
Tem gente que não aceita menos do que a luz do sol. Mas eu não! Eu sempre me conformei com a lua.
Mas agora, nada.
Não tem sol entrando pela minha janela...
Não tem estrelas no meu céu, é tudo cinza...
E pra piorar tudo, não tem mais lua no meu céu.
Meu céu está vazio.
Isso não está certo...
Não... Não!
Não mesmo, isso não está certo!
Sol, lua estrelas são de graça! Deveriam ser!
Mas agora, me tiraram tudo!
Ao me roubarem a lua, me tiraram a última luz que me restava.
Encontro-me neste buraco em completa escuridão...
Algo precisa ser feito. Chega! Não dá pra viver assim!
E você só percebe que tem que mudar de vida,
de ares,
de lugares,
de nome e
de profissão,
quando percebe que o seu céu está vazio.
Ela nunca esteve tão grande desde sei lá quanto tempo atrás.
Não se falava em outra coisa, senão na lua gigante.
Era um grande evento, e tão simples, mas tão singular: uma lua gigante.
E hoje em dia nunca foi tão fácil alardear coisas, assuntos, fazer um "big deal of everything".
Eu já tinha tentado ver a lua gigante, mas não dava do quintal da minha casa, se é que se pode chamar isso de quintal.
Subi na laje, mas mesmo assim não deu pra ver.
Pensei: "tá tudo bem, amanhã é um outro dia, e quem sabe amanhã eu consiga", e deixei pra lá.
Amanhã chegou mais rápido que um estalar de dedos, mas como sempre, eu nem percebi, quando vi já era noite.
Foi então que alguém me mandou uma mensagem com uma foto, dizendo que nunca viu a lua tão linda.
Joguei o celular de lado, e sai correndo pra ver a lua.
Minha mãe achou aquilo estranho": "onde você vai?" - gritou ela.
"Ver a lua" - respondi. "Onde ela está?
Que pergunta mais bizarra! Eu jamais imaginei que algum dia na vida eu iria perguntar onde estava a lua.
Ao que minha mãe respondeu: "Olhe naquela direção que a verá".
Sai correndo, subindo escadas, escaneando o céu com meus olhos, e nada da lua.
Fui pra rua, subi o morro, rastreando onde meus olhos podiam alcançar, e nada da lua.
Nariz empinado, olhos ao alto, e nada da lua...
Caminhei desesperada, olhos lacrimejando, buscando encontrar a lua gigante!!!!
Quão difícil deveria ser enxergar algo "gigante", pelo amor de Deus!?
Mas nada da lua.
Eu podia ver o brilho dela, lá longe, mas não a podia ver.
"Roubaram a lua do meu céu", concluí chorando.
Voltei pra casa destruída, destroçada, fracassada como poucas vezes na vida me senti.
Minha mãe me esperava no portão: "Aonde você foi? Sua irmã foi atrás de você mas não te encontrou. Viu a lua?"
"Roubaram a lua do meu céu...." - respondi resignada.
Por que você está chorando? - ela insistiu.
"Porque do buraco onde me encontro, não consigo enxergar a lua".
E logo eu que sempre amei a noite.
Muitos se guiam pelas estrelas, mas não eu. Não... Eu não!
Eu sempre me guiei pela lua.
De modo que, quando me levaram o brilho das estrelas, eu fiquei triste, mas ainda tinha a lua.
Sempre que eu lembrava de que haviam me privado do dourado do sol, e até mesmo dos mais fininhos raios, eu ficava triste, mas o que me consolava era lembrar que à noite, eu tinha a lua.
Não pude ver a lua gigante. E isso não é nada irônico, é patético.
Eu sempre me achei tão humilde por me conformar com a luz da lua. A lua que nem luz própria tem, que sempre pega emprestado do sol.
Tem gente que não aceita menos do que a luz do sol. Mas eu não! Eu sempre me conformei com a lua.
Mas agora, nada.
Não tem sol entrando pela minha janela...
Não tem estrelas no meu céu, é tudo cinza...
E pra piorar tudo, não tem mais lua no meu céu.
Meu céu está vazio.
Isso não está certo...
Não... Não!
Não mesmo, isso não está certo!
Sol, lua estrelas são de graça! Deveriam ser!
Mas agora, me tiraram tudo!
Ao me roubarem a lua, me tiraram a última luz que me restava.
Encontro-me neste buraco em completa escuridão...
Algo precisa ser feito. Chega! Não dá pra viver assim!
E você só percebe que tem que mudar de vida,
de ares,
de lugares,
de nome e
de profissão,
quando percebe que o seu céu está vazio.
domingo, 23 de agosto de 2015
nachricht
Why you can not just forget about me?
Stop stalking me.
I know you keep following me to try to know what is happening in my life.
Forget about me because I hardly know who you are.
sábado, 22 de agosto de 2015
pillow
I wish I had long enough arms to hug you from here.
But apparently my wings are long, but my arms are just waiting for the next time we'll be together.
domingo, 16 de agosto de 2015
shortcoming
I terribly failed each time I tried to give someone a dream. I've learned that you can't give someone a dream. Dreams are not meant to be given away.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
tutto di te...
De todos os lugares que já visitei, a Itália me deixou uma
saudade que chega a doer.
Não consigo explicar isso. Tudo lá é lindo, é alegre, é
quente, ensolarado no verão. Tudo lá é gostoso: o vinho, a comida, o clima, os
doces, os olhares, os abraços, os encontros e as despedidas. Mas ainda assim
não faz sentido esse aperto que sinto no peito cada vez que sinto cheiro de
café; cada vez que ouço uma música em italiano, cada vez que vejo uma máscara
ou escuto um violino solitário entoando sua triste canção.
O que será que eu deixei na Itália, e que agora me faz tanta
falta? O que eu perdi por lá?
Ou será que lá encontrei algo que eu pensei ter perdido e
que agora me aperta todo o peito tentando se encaixar?
Oh bella Italia, mi manca la tua belleza... mi manca tutto
di te.
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
minhas memórias
Vou compartilhar meu olhar, e com ele minhas memórias.
"Eu fotografo porque não sei pintar.
A fotografia foi a maneira que encontrei para eternizar o meu olhar"
domingo, 9 de agosto de 2015
remember me
Eu sei o que estarei fazendo momentos antes de morrer.
Estarei olhando minhas fotografias, revisitando minhas memórias.
Assim, poderei morrer em paz ao ver que vivi.
sábado, 8 de agosto de 2015
helpless
Eu fico esperando pelas horas como se elas fossem chegar
para mim.
Espero como se fossem trazer algo q
Eu fico olhando as horas como se elas fossem me elucidar
algo que tanto desconheço.
Olho como se elas fossem me mostrar aquilo que preciso ver.
Eu fico me escondendo das horas como se elas fossem me
machucar.
Me escondo como se fosse por elas procurada.
Acabo me esquecendo de que as horas são apenas uma medida de
tempo, e o tempo não para, o tempo não espera...
O tempo passa tão
depressa que na maioria das vezes nem vemos o tempo passar.
Mas acima de tudo, não temos como nos esconder do tempo.
segunda-feira, 6 de julho de 2015
sexta-feira, 3 de julho de 2015
sexta-feira, 12 de junho de 2015
sábado, 6 de junho de 2015
stolen
Everyday I dress myself with my best smile despite all my sorrows and pain and then I face the world.
Today was an exception.
I couldn't even smile...
What happened to my mask?
Where did I lose it?
Today was an exception.
I couldn't even smile...
What happened to my mask?
Where did I lose it?
shhhhh... # 5
So much noise that I can barely hear my own thoughts.
Not that my thoughts are worth hearing but... Still I wish I could have a moment of peace and quiet silence.
I don't even remember what does the silence look like.
Not that anyone care but... Still I wish I could have a moment of silence in my soul. Because the noise outside echoes in here, in my mind.
terça-feira, 26 de maio de 2015
me, mim, comigo
Relendo umas postagens antigas de um blog que não interessa a ninguém, senão a mim, senti uma vontade enorme de sair de mim pra me abraçar...
sexta-feira, 15 de maio de 2015
notas de rodapé
Ao tentar tocar a música
foi por ela, então, tocado.
Mas quando quis ser tocado pela música
tocou apenas o violão.
E quando a música,
enfim, o tocou
aqui e ali
Vendo suas coisas todas jogadas
roupas espalhadas como quem não mora aqui.
As malas sempre feitas esperando a partida
do então final feliz
Olho tão triste o amontoado de coisas,
como quem não pertencesse à qui.
Sinto uma culpa e um medo tão engraçados,
são tantos os laços que fazem-se aqui.
Alguns já quebrados,
alguns apagados,
todos entrelaçados nos cantos, recantos...
Nas roupas, nos prantos,
nos pratos, nos lados,
na estante e no instante
em que quis se partir.
Partir-se de onde?
Indo-se pra onde?
Se tudo o que sempre sonhou foi aqui?
Levando embora
toda essa demora
e o quanto se chora sabendo-se ali?
Aqui que cresceste,
aqui que conheces...
Aqui que te fazes em casa, e ali?
Ali te demoras
e o quanto se chora
fazendo-se aqui e ali.
domingo, 10 de maio de 2015
quinta-feira, 7 de maio de 2015
fallacy
Aquela pessoa que arruma o quarto na ilusão de que está no controle e de que pode, finalmente, arrumar algo em sua vida...
quinta-feira, 30 de abril de 2015
quarta-feira, 29 de abril de 2015
quarta-feira, 22 de abril de 2015
pathétique
How pathetic you are...
Coming here to checking up on my life.
Don't you remember?
You didn't wanna be part of it!
So stop being stupid and move on.
segunda-feira, 6 de abril de 2015
domingo, 29 de março de 2015
super
If I was a superhero my superpower would be "invisibility", that for sure.
Wait a moment...
I think I am a superhero!
sexta-feira, 27 de março de 2015
segunda-feira, 23 de março de 2015
TPM: lembrete # 1
Eu não vou morrer disso.
A TPM por pior que seja não pode me matar. Então, relax!
Devo ter isso em mente. Está horrível, tá uma merda, mas não é fim do poço, não
é o último suspiro, não é o fim da picada. É apenas mais uma fase, a mesma de
sempre, desde que eu tinha 13 anos, que vai se repetir por pelo menos mais
uns... 18 anos!
Nãããããããããoooooooooooooooooo
TPM: mandamento # 5
5) Minha luta não é contra ninguém, se não contra eu mesma.
Quando na TPM o único inimigo a quem devo combater sou eu
mesma, pois estarei sob o domínio dos hormônios enlouquecidos. Então, uma boa
dica é relaxar. Banhos demorados, um livro, músicas suaves. Se tiver vontade de
chorar chore. E se alguém perguntar, não é preciso matar a pessoa, ou gritar ou
espernear. Basta tão somente lembrar-se que essa vontade de voar no pescoço (do
dito cujo curioso e perguntador) que você está sentindo não vem de você. Então,
lembre: o que sinto não é importante. Quero matar a pessoa, mas isso vai
passar, não é importante. Então, releve. Deixe passar. Respire fundo, conte até
10. Se não tiver outro jeito, ignore a pessoa. É melhor do que responder
através dos hormônios.
TPM: mandamento # 4
4) Nunca dar ouvidos aos meus sentimentos quando estiver na
TPM.
O que eu sinto quando estou na TPM não importa. Vai passar
em questão de dias. Mas alguém pode dizer que esse mandamento é igual ao
primeiro. Mas não é. Uma coisa é eu saber que a realidade não é alterada pelos
meus sentimentos. Outra coisa é eu saber que o que eu sinto não é importante.
Não quando estou na TPM. Então, se eu me sentir miserável, querendo morrer, uma
tristeza infindável e achando que minha vida é uma merda, e que ninguém me ama,
etc, nada disso é importante. E não é importante porque não é real. Vai passar.
TPM: mandamento # 3
3) Avisar ao mundo que está na TPM não é o suficiente.
Muitas vezes eu espero que, fazer as demais pessoas cientes
de que estou na TPM, anulará todos os efeitos devastadores e catastróficos que
ela terá sobre mim e consequentemente sobre as pessoas que me rodeiam. Não
basta avisar aos chegados que você está na TPM. É, digo chegados porque tem
gente que acha que precisa colocar num outdoor, postar no Facebook, Twitter e
afins. Aff... Não! Mas, aos chegados é sempre bom lembrar, porque os
verdadeiros chegados já terão uma leve ideia, porque acompanham esse evento de
certa data. Mas não basta dizer: “Estou na TPM”. É necessário você ter
consciência plena disso. Eu sou a primeira pessoa que deve saber que eu estou
na TPM. Eu sou a primeira pessoa que deve ter ciência disso. E sabendo disso,
tomar as devidas precauções, tais como: comprar um monte de chocolate, evitar
os filmes tristes e não dar ouvidos aos meus sentimentos.
TPM: mandamento # 2
2) Jamais tomar uma decisão estando na TPM
Qualquer decisão, por mínima que seja, acarretará em
arrependimento. Sendo assim, eu jamais devo tomar qualquer decisão sabendo que
estou sob o domínio hormonal. Comprar é ótimo, certo? Geralmente faz as pessoas
– especialmente as mulheres – sentirem-se bem. Mas comprar na TPM fará com que
você compre em excesso, e depois odeie tudo o que comprou. Então, eu jamais
tomarei qualquer decisão, por mínima que seja estando na TPM. O mundo pode
esperar. É óbvio, tem certas situações na vida – as de vida ou morte – que
exigem uma decisão rápida, espontânea. Mas tirando os casos de vida ou morte,
todo o resto pode esperar uma semana para ser decidido. Acredite, todo o resto
pode esperar.
TPM: mandamento # 1
1) Meus sentimentos não alteram a realidade.
Isso significa que não importa como eu estou me sentindo,
isso não está interferindo na realidade. A realidade independe de minhas emoções,
dos meus pensamentos. É bem verdade que aquilo que achamos ser real nos será
real. Motivo pelo qual as pessoas quando enlouquecem perdem essa capacidade de
olhar a realidade objetivamente. E sendo a TPM uma espécie de loucura
passageira, ela certamente fará você perder a objetividade. Então, da próxima
vez que eu achar que meu namorado está me traindo, ou que Deus se esqueceu de
mim, ou que meus amigos e família não me amam nem me compreendem, devo parar
por alguns segundos e olhar o calendário. Certamente será aquela época do mês.
Claro que namorados traem, e amigos deixam de serem amigos, mas família nunca
deixará de ser família. E a TPM nos faz pensar em todas essas questões
simultaneamente. E Deus... Jamais esquece ninguém.
tpm # 2
Toda mulher sabe desse assunto e não existe nada que possa
ser acrescentado sem que tenha sido dito milhares de vezes.
Mas a natureza parecer ser tão cruel às vezes, porque
somente mulheres passam por esse inferno hormonal TODO santo mês. Diz a lenda que
não são todas as mulheres, que existem aquelas mitológicas que não sentem nada.
Eu particularmente duvido fortemente disso, porque todas as mulheres que eu
conheço sofrem desse mal.
Enfim, tem gente que acredita em duendes...
Então alguém me pergunta por que raio de motivo eu escrevo a
respeito desse assunto tão “batido”. Porque preciso. Porque talvez exista uma
minúscula chance de eu me sentir um pouco melhor, enquanto enfrento isso mais
uma vez.
Eu compreendo os homens. Quero dizer, compreendo o fato de
que eles não nos compreendem, porque chega a ser inacreditável!
Eu mesma não acreditaria se não fosse comigo. O corpo fica
mais preguiçoso, e cheio de “não me toques”, porque tudo dói: as pernas doem,
os seios doem, as costas doem...
O humor fica insuportável, oscilando da euforia para a
depressão em questão de segundos, e milhares de vezes por dia. O que nos torna
seres humanos desprezíveis muitas vezes.
Mas isso sem falar nos pensamentos que passam pela nossa
cabeça, e invadem nossas certezas. Ao menos as minhas.
A TPM me faz perder a objetividade, e começo a ver o mundo
completamente distorcido. A TPM me faz pensar fora de foco. Eu nunca imaginaria
que fosse possível pensar fora de foco, mas é, acredite-me.
Platão disse certa vez que o mundo perfeito é o das ideias. Acredito
que ele só disse isso por ser homem. Se fosse mulher e tivesse fortes crises de
TPM – como as minhas e de milhares de mulheres pelo mundo afora – ele jamais
diria isso.
Porque a TPM me faz ver a realidade distorcida, e distorce
obviamente minhas ideias, meu conceito da realidade. Então, por 10 dias no mês
(isso mesmo, eu sofro!) eu perco a razão, me torno como uma louca, onde tudo o
que eu vejo pode não ser o que eu vejo. Onde a realidade como eu a percebo,
muito provavelmente, não é como eu a percebo.
A TPM altera minha percepção do mundo, de mim mesma, dos
meus próprios sentimentos e, claro, do sentimento das outras pessoas por mim.
Torno-me paranóica, esquizofrênica, louca mesmo.
Mas no momento em que estou tomada por essa onda de hormônios,
onde ajo como uma pessoa possuída, eu perco a objetividade, e por mais que eu
tente me convencer de que tudo não passa da maldita TPM, 90% das vezes eu perco
a razão. É como se fosse impossível e inevitável que você afunde nesse mar
negro de certezas mentirosas e distorcidas.
Estou com 35 anos, eu já devia saber!!! Mas não. É como se a
maldita fosse se aperfeiçoando com o tempo, é como se fosse algo vivo e
inteligente, dotado da capacidade de formar estratégias de como fazer você se
sentir miserável.
Ela quer destruir a sua vida. Ela quer destruir os seus
relacionamentos, ela quer ver você perder o emprego, a auto estima, ela quer
que você perca sua identidade. Ela quer destruir você. E ela vai fazer de tudo
para que isso aconteça.
E parece que quanto mais resistimos, mais forte ela vem no
próximo mês. E chega uma hora que é inevitável, ao menos é o que parece. E
então falamos aquele monte de merdas, e tomamos atitudes que jamais tomaríamos
em sã consciência. E no instante em que a menstruação desce, pronto. Tudo está
terminado. Comigo é assim.
Aí vem o arrependimento. Aí você olha ao redor e só então
consegue enxergar o massacre. Só então consegue ver a dimensão do estrago feito
pelas suas próprias mãos, mas que você jamais seria capaz de fazer por si só.
Mas quem está de fora não consegue compreender. Nem eu mesma
compreendo muitas vezes. Chego a me odiar. Mas não adianta. Se o ódio
resolvesse o problema...
Então, o que fazer? Uma vez que essa parece ser uma guerra
perdida, o que fazer? Enterrar-se? Isolar-se do resto do mundo? Essa seria uma boa opção, mas totalmente
inviável, uma vez que temos vida para cuidar. Seria ótimo se pudéssemos nos
trancar num canto, longe de tudo e todos, rodeada por chocolate de todos os
tipos, lenços de papel e um saco de boxe.
Mas infelizmente essa não é a realidade. Platão tem lá sua
razão quando diz que o mundo perfeito é o das ideias...
Mas sejamos realistas, o que fazer para não deixar a TPM
tomar o controle e destruir a sua vida?
Eu estou escrevendo esse texto, que me servirá de manual. Na
verdade, deixe-me pesquisar...
É... Não encontrei nada. Sendo assim, farei aqui os meus
mandamentos a serem seguidos quando eu estiver na TPM.
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