Vendo suas coisas todas jogadas
roupas espalhadas como quem não mora aqui.
As malas sempre feitas esperando a partida
do então final feliz
Olho tão triste o amontoado de coisas,
como quem não pertencesse à qui.
Sinto uma culpa e um medo tão engraçados,
são tantos os laços que fazem-se aqui.
Alguns já quebrados,
alguns apagados,
todos entrelaçados nos cantos, recantos...
Nas roupas, nos prantos,
nos pratos, nos lados,
na estante e no instante
em que quis se partir.
Partir-se de onde?
Indo-se pra onde?
Se tudo o que sempre sonhou foi aqui?
Levando embora
toda essa demora
e o quanto se chora sabendo-se ali?
Aqui que cresceste,
aqui que conheces...
Aqui que te fazes em casa, e ali?
Ali te demoras
e o quanto se chora
fazendo-se aqui e ali.
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