A verdade é que estamos aterrorizados.
Alguns de nós estamos à beira de um ataque de nervos.
E estamos sós.
Não sabemos o que vai acontecer.
Não sabemos quando tudo vai acabar, se acabar, e como vai acabar.
Alguns de nós já se acabaram pelo caminho.
Devastação.
Esses somos nós.
E nós sentimos nossos corpos solitários tremer.
Sentimos o coração pular desordenado.
Sentimos o nó na garganta e o soco no estômago.
E nos sentamos tremendo, suados, molhados das lágrimas que já secaram nossos olhos e nossos ossos...
Nos sentamos diante de tudo aquilo que não podemos fazer.
E não há nada que possamos fazer.
A não ser sentir medo.
E ficarmos sós...
Alguns não temem.
Mas todos os que tremem sabem que eles não vêem o que nós medrosos vemos.
E o mais assustador é que nosso destino não nos pertence.
E esses somos nós.
E estamos sós...
Unidos somente pelo medo que nos consome devagar.
O medo que viaja na incerteza e se move pelo ar invisível, porém real, assim como o vento.
E sentamos esperamos pelo destino, assistindo o desenrolar do caos e do show de horrores, torcendo para não sermos os próximos.
E não sabemos mais do que temos mais medo: de não sabermos o que vem pela frente, ou de não podermos fazer nada pelo que acontece no agora.
Nós estamos em silêncio.
Tão quietos que podemos finalmente ouvir ao vento.
Estamos inquietos, mas imóveis.
Tão inertes que podemos finalmente sentir o arrepio.
E estamos sós.
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