quinta-feira, 9 de março de 2017

stubborn

Houve um tempo em que eu queria ser a mudança no mundo, ser diferente, a cara da revolução.
Eu vivia uma vida esperando por essa guerra que iria me libertar de mim mesma, do meu egocentrismo para viver em função de uma causa ou salvar pessoas.
Eu já quis mudar o mundo. Eu acreditava que seria possível mudar o rumo da história, acreditava que alguém como eu fosse capaz de fazer algo tão significativo que mudaria essa situação calamitosa e miserável em que vivemos.
Eu já acreditei que seria capaz de fazer a revolução, sem ao menos saber o que é revolução.
Eu dei muito murro em ponto de faca. Eu soquei muita parede. Eu briguei com gente que era maior do que eu, e por isso eu pensei estar enfrentando grandes, quando eu apenas não sabia que eles eram ridiculamente pequenos e irrelevantes, e eu praticamente invisível. Eu, totalmente insignificante, lutando contra pessoas irrelevantes, mas na minha cabeça eu fazia uma verdadeira guerra em prol da mudança.
A realidade me trouxe de volta aos eixos quando eu finalmente percebi que por mais que eu brigasse, por mais que falasse, por mais que lutasse, nada mudava. As coisas sempre continuavam iguais, independente de minhas atitudes.
Foi aí que eu percebi que não havia uma guerra, a não ser na minha cabeça. Aqueles que lutavam a meu lado foram, um a um, se rendendo a mediocridade de suas próprias existências, e de repente me vi sozinha no fronte de batalha.
Uma pessoa sozinha não faz uma guerra.
Depois de certo tempo, exausta pela luta, quase enlouquecendo tentando compreender a guerra que só existia dentro de mim, eu resolvi me render.

Mas não me rendi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário