Era da tecnologia, da comunicação, e do isolamento.
Esses são os tempos que vivemos.
Nas mídias "sociais" vejo quase todo mundo compartilhando suas vidas vazias de significado, numa tentativa desesperada de dar algum valor aos seus dias solitários.
Todos jogam o jogo do que "quem se importa menos", ignorando recados pra ver quem vai ceder primeiro. Nesse jogo doentio, o "perdedor" é aquele que cede, que responde, que dá atenção.
O "vitorioso" é quem ignora, quem esquece, quem rejeita, quem não retorna a ligação.
E no final do dia, os ditos vitoriosos deitam suas cabeças cheias de medos no seu travesseiro, retornam para uma cama vazia.
A caixa de mensagens está sempre cheia.
As fotos estão cheias de "likes".
A comida está sempre farta.
As viagens estão cada vez mais requintadas.
Os roteiros estão cada vez mais exóticos.
As roupas cada vez mais caras.
Os corpos cada vez mais magros.
Os sorrisos cada vez mais largos.
A inveja cada vez maior.
Os animais cada vez mais humanizados.
As ideologias cada vez mais propagadas.
Os fatos cada vez mais discutidos.
O mundo está cada vez mais conectado.
O universo cada vez mais compartilhado.
E as pessoas estão cada vez mais vazias.
Estão vivendo uma vida de mentira, de vitrine, de photoshop e cirurgia plástica.
E as pessoas estão cada vez mais sozinhas.
E as camas estão cada vez maiores, para dar conta de aconchegar a solidão.
E os corações medrosos, cada vez mais amargurados, por saber que já não sabem mais amar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário