segunda-feira, 5 de setembro de 2016

rastros

De que são constituídas as memórias?

O que é que torna um momento, ou pessoa, ou objeto ou lugar tão precioso que aquilo se imprime na nossa mente e coração de modo que começa a faz parte de nós?

Como esse processo de fundição acontece?

Mais intrigante é que a gente nunca sabe que aquele instante tão pequeno na imensidão espaço tempo vai se tornar algo tão magnânimo e digno de nosso carinho e atenção pra sempre.

Acho curioso pensar que as memórias estão não somente na nossa mente, mas que conseguem transcender e se tornarem físicas de alguma maneira, ao passo que se imprimem em um objeto, um pedaço de papel, um cheiro, uma paisagem.

Como as fotografias, que são capazes de literalmente captar a imagem de um momento.

E é vivendo que formamos memórias, que construímos momentos dignos de serem eternizados.

Quando alguém morre, essa pessoa não pode mais participar de nossos momentos, ela vive apenas na nossa memória. Não tem como criar novas lembranças de alguém que já morreu. Esse pensamento é tão triste. Você vai fazer aniversários, e aquela pessoa não estará lá presente, não vai aparecer nas fotos, sua voz não será ouvida no parabéns, seu cheiro, seu calor, nada disso fará parte de suas memórias, nunca mais. Em um certo ponto da vida, como uma pintura antiga, as memórias daquela pessoa vão se apagando, perdendo o brilho, desvanecendo pelo tempo e a distância.


A memória também se apaga... 

A memória também desvanece, ficando apenas aquele vazio e a certeza de que antes tinha algo precioso ali, que agora já não existe mais.

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