O mundo não está preparado para receber flores.
Reflexões que faço para não enlouquecer. Algumas são curtas, outras são estúpidas, e algumas outras são curtas e estúpidas. Whatever... Eu só quero me livrar de tanta coisa no meu peito. Se é curta ou estúpida, fica a critério do leitor. Enjoy it!
domingo, 31 de março de 2013
sábado, 30 de março de 2013
Trinta e Cinco/36: sobre sapatos e pés
"Cada uma de nós sabe por onde nossos pés podem pisar e onde
eles já pisaram."
Em breve
evolução
Sou uma mulher que evolui de uma crise para a outra, como quem sai de uma chuva e entra em uma tempestade.
quinta-feira, 28 de março de 2013
o resto
É engraçado como que, na vida, as coisas se invertem e os sentimentos mudam de lugar.
E aquele que te era amigo agora transforma-se naquele a quem você não quer ver nunca mais na vida.
E do abraço, fica apenas o laço no qual você não quer mais se prender.
E aquilo que você tanto desejou, sonhou, planejou durante tanto tempo, agora você deseja com mais força ainda que não te aconteça.
O que era prazer agora torna-se enfado.
O que era provisório, agora é sua nova morada.
O que antes te era tão conhecido, batido, tedioso, te é o maior de todos os estranhos.
E o mistério, que antes era encanto, agora revelado não te faz mais graça, não te leva a nada.
É engraçado observar o que é que sobra do adeus...
Porque não sobra nada.
domingo, 24 de março de 2013
não identificado
Um belo dia olhei, e lá estava ele.
Um sentimento novo no meu coração.
Que medo!
E agora, estamos nós aqui... Ele me olha, eu desvio o olhar.
Ele me assusta.
Não é muito grande, mas é assustador de qualquer jeito. Me
olha tão profundamente. Ainda não me disse nada. Também, eu estou tão
ressabiada que tento ignorar a presença dele ali.
Mas é impossível ignorá-lo! Que raiva! Eu caminho de um lado
para outro, penso em outras coisas, procuro me distrair com coisas banais, e
sempre que espio de rabo de olho, lá está ele. Sempre a me olhar. Parece que
está me observando.
Às vezes, mesmo quando eu não estou olhando, sinto que ele
me olha. De vez em quando é ele quem desvia o olhar quando eu olho. Às vezes
ele vira a cara pra mim!
Desaforado!
Chegou, instalou-se no meu coração sem pedir licença, sem
minha autorização. E ainda se acha no direito de virar a cara pra mim! Pode
isso? Mas, enfim... Não sei do que eu tenho mais medo. Se é da presença
constante dele, imóvel, inexorável... Ou se tenho mais medo pelo fato de eu
estar me acostumando com ele. Engraçado... Parece até que ele me faz companhia
às vezes. Antes eu me sentia muito sozinha... Mas agora, depois que ele
apareceu por aqui, eu sinto que tenho ele por companhia. E ele não diz nada. Nunca
disse uma palavra. Apenas me olha. Às vezes eu sinto vontade de puxar assunto.
Mas como eu disse, ele é pequeno ainda, mas assustador. E olha só!
Ai meu Deus!!!! Socorro!
Se reparar bem, parece que ele cresceu alguns centímetros
nos últimos dias.
Se eu ao menos tivesse a coragem de me aproximar e fazer uma
marca na parede... Para ter um controle.
Assim eu poderia ir comparando essas marcas
e verificar com certeza se ele realmente está crescendo.E se ele estiver
realmente crescendo? O que eu faço? Será que devo expulsá-lo enquanto ainda é
pequeno? Será que consigo me livrar dele? Mas eu tenho medo... Bem... Na
verdade, eu acho que me afeiçoei a ele.
Como eu disse, ele me faz companhia. Quando estou muito
triste e sozinha, eu fico olhando pra ele... E isso me consola. Quando a
saudade é grande demais, só ele me conforta. Só de olhar pra ele eu sinto que a
saudade fica um pouquinho menor.
Sabe como é saudade, né? Saudade é tão cruel! Vai corroendo,
nos machucando, fazendo doer o peito, apertando o coração, ocupa um espaço danado.
A gente mal consegue se agüentar dentro do peito, mal consegue se mover quando
a saudade invade e fica grande demais.
Saudade é um sentimento muito folgado. Espaçoso! E desaforado
também. Porque vai logo entrando, sem cerimônias, e vai se instalando, e vai consumindo
tudo ao redor, e vai crescendo... E você sabe, só existe um remédio contra a
saudade: a presença de quem se sente a falta.E não é sempre que se pode isso.
Por isso a saudade fica ainda mais folgada e espaçosa.
Enfim, pouco tempo depois dele chegar, esse sentimento não
identificado, a saudade já foi logo se instalando. Agora tenho dois hóspedes no
meu coração, que chegaram sem pedir licença, e que estão ocupando espaço. A
saudade muito mais. Na verdade, a saudade é a única que incomoda. Porque ela
mexe em tudo! Tira tudo do lugar! Eu detesto gente folgada!
E a saudade está
muito abusada!
O que eu faço com ela? É impossível expulsá-la! A menos que
eu tenha a presença desejada, ela vai ficando, e só crescendo. Ela vai embora
quando quer.
O que posso fazer? Às vezes ela sai pra dar uma volta, mas
logo retorna. E quando volta, está ainda maior. E quando cresce muito, quando
entra, derruba tudo do lugar. Tudo vira uma bagunça. Já não consigo mais me
concentrar em nada. No trabalho estou distraída, só penso na saudade muito
grande. E quando tento desviar o pensamento dela, lá está ele.
O “não
identificado” me olhando.
Às vezes ele parece sorrir. Parece rir da minha desgraça. Parece
não. Tenho certeza.
Ele ri!
Ele ri... Sempre que a saudade faz uma bagunça, deixa cair
alguma coisa, ou deixa tudo fora do lugar, e eu fico maluca tentando colocar
tudo de volta no lugar, eu percebo que o não identificado sorri. Bonito! Ria
mesmo da desgraça alheia! Afinal, já diz o ditado que pimenta nos olhos dos
outros é refresco.
Aí quando eu fico assim, vejo que a saudade também ri de
mim.
Estou ficando maluca! Alguém pode me ajudar? Alguém poderia,
por favor, tirar essa saudade de dentro do meu coração? E esse outro folgadinho
que não me diz nem seu nome? Apesar de que ele... Mesmo não sabendo seu nome,
mesmo não sabendo exatamente o que ele quer de mim, gosto dele por perto. Como
disse, já me acostumei à sua presença.
Outro dia ele ameaçou ir embora. Estava inquieto. Nem me olhou
naquele dia. Parecia preocupado, parecia até estar menor. Eu achei aquilo muito
estranho e curioso. Mas não tive coragem de me aproximar dele. Fiquei com pena.
Tive tanto medo! Tive mais medo dele ir embora, do que se ele ficasse.
E ele estava impaciente. E me olhou, tão profundamente como
nunca ninguém antes me olhou assim. Olhou como quem perguntasse: “E aí? Devo ir?
Quer que eu fique?” E eu não sabia o que responder. Então ele abriu a porta, e
me olhando, virou-se. Chegou a colocar um dos pés para fora do meu coração.
Ai! Que gelo deu na minha alma.
Só de imaginar meu coração sem ele ali. Afinal, ele não
ocupa tanto espaço. Ainda é pequenininho. É bem verdade que não sei qual
tamanho ele pode tomar... Mas só de pensar em ficar sozinha novamente... Meu
coração doeu. Meu coração doeu como quem diz: “Veja lá o que você está
fazendo!” Então, idiotamente, eu atendi ao desejo do meu coração e gritei:
“Espera!” “Não vá ainda!” – gritei desesperada e com lágrimas nos olhos. Então
ele me sorriu com tanta ternura. E entrou novamente. Nossa! Quando ele entrou,
sei lá! Alguma coisa aconteceu. Estava mais quente, estava um pouco maior,
estava mais alegre. E eu estava com mais medo. Quanto mais ele se aconchega no
meu coração, com mais medo eu fico.
Mas eu poderia ter me livrado dele. Eu tive a oportunidade
de me livrar dele, e tive medo. Não quis que ele fosse embora. Agora, que ele
ficou, e está cada vez mais tomando parte no meu coração, eu fico aterrorizada.
Sinto tanto medo. E lá está ele.
Nesse exato momento enquanto escrevo, de vez em quando dou
uma olhadinha, e ele está lá. Firme e forte. Só me observando. Não quero
convidá-lo a se sentar. Já pedi para ficar. É demais! Chega! Mas ele está lá. Algo
me diz que ele não vai embora tão cedo.
E pior que isso... Algo me diz que eu não quero que ele se
vá.
sábado, 23 de março de 2013
se ela soubesse...
Se ela esconde os seus desejos
Se ela acorda e diz um não
Se ela escuta os meus conselhos
Se ela estende a sua mão
Se ela alisa os meus cabelos
Se ela insiste em despertar
Se ela mora no castelo
Se ela adora olhar o mar
Se ela chora escondida
Se ela chama e não é ouvida
Se ela corre pra bem longe
Se ela já não sabe onde...
E se ela me chamasse
Pra bem perto onde pudesse
Escutar seu coração,
Ou entoar sua canção
Se ela vive, se ela ama
Se ela mente ou se engana
Se ela finge que não existe
Se ela fica sempre triste
E se ela resolvesse
Num cantinho ou no porão
Encontrar quem comovesse
Seu difícil coração...
Se ela ora, se ela implora
Se ela morre ou então
Se ela só caminha simples
Se ela quer uma razão.
E se ela, de tão bela
De tão simples, de tão tola
Se ela usasse o que é tão dela
Se ela não fechasse a boca
E se ela não se calasse
E enfim, então cantasse
Sua frágil ilusão
Só assim ela saberia
Que tudo isso, um belo dia
Precisou do seu perdão.
just me
Queimei a língua porque estava com pressa e a comida muito quente.
Tropecei numa pedra, e arrebentei a ponta do meu dedo, porque andava distraída.
Peguei o ônibus errado, porque pensei assim conseguir chegar a tempo.
Perdi as chaves de casa, porque na bagunça de minha bolsa, ela enroscada em alguma outra coisa, caiu e eu não percebi.
Fechei a porta quando deveria ter deixado aberta.
Abri a janela, quando o vento estava soprando forte demais.
Chorei de raiva, quando deveria estar forte para buscar uma solução pacífica.
Sorri de nervoso porque não queria demonstrar fraqueza.
Quebrei os pratos, enchi os copos, bati com a cara na parede...
Fiquei perdida, pedi ajuda, perguntei o caminho de volta.
Peguei atalhos, dei voltas longas...
Esperei alguém que nunca chegou.
Atrasei para alguém que sempre esteve lá.
Deixei de ir por estar assustada demais.
Atirei-me sem pensar, e caí devagar.
Acreditei em uma ilusão.
Desacreditei do que era verdadeiro.
Recusei um convite feito especialmente para mim, porque estava presa demais a algo que não era.
Desisti quando faltavam apenas alguns passos para a linha de chegada, porque estava com a visão nublada demais pelas lágrimas, que me impediram de enxergar.
Corri sem pensar por uma estrada que não levava a nenhum lugar.
Já chorei sozinha no escuro, pensando que o escuro pudesse abafar a minha voz.
Já gritei sozinha no meio da rua, por alguém que nunca olhou para trás.
Já cometi injustiças com alguém que me amava.
Já privilegiei alguém somente porque queria estar mais perto.
Já menti porque tinha muito medo de ser excluída, caso dissesse a verdade.
Já disse a verdade apenas para ser cruel.
Já fingi estar bem só para não parecer inadequada.
Já fingi estar triste apenas para ser consolada.
Já comi quando estava sem a mínima fome, apenas para satisfazer um desejo meu.
Já deixei de comer estando morrendo de fome, apenas satisfazer um desejo do outro.
Já fingi amar alguém, apenas por pena.
Já fingi não amar alguém, apenas por orgulho.
Já estive fora porque não me deixaram entrar.
Já estive dentro apenas por estar.
Já caminhei na chuva, apenas por preguiça de abrir o guarda-chuva.
Já rasguei cartas que nunca enviei.
Já enviei cartas que deveria ter rasgado.
Já voltei atrás somente por medo de perder.
Já perdi somente por medo de voltar atrás.
Já sorri, já chorei.
Já cantei e desafinei.
Já bati e apanhei.
Sou uma antítese de mim mesma.
Sou uma síntese do que é humano.
sexta-feira, 22 de março de 2013
quinta-feira, 21 de março de 2013
amar é...
Não deveria ser tão complicado.
Afinal de contas envolve apenas duas pessoas, emoções, química cerebral, contato físico.
Afinal, começa a partir de uma decisão madura, um sim ou não, um contrato não verbal e o compromisso.
Não deveria machucar tanto.
Afinal o que corta é o laço emocional, afetivo, não seu braço.
Não deveria demorar tanto.
Afinal, dizem que o que os olhos não veem o coração não sente.
Não deveria ser nada disso, se envolvesse apenas duas pessoas, se começasse a partir de uma decisão madura...
esperar sentado...
Essa busca desenfreada pela pessoa perfeita pode levar a qualquer lugar, menos a uma pessoa perfeita.
Esperar pela pessoa perfeita é o mesmo que crer em contos de fadas e querer que eles se realizem em sua vida.
aliado
Bem que o Caetano tinha razão. Com o tempo aprendemos a não ter tanta pressa...
Aprendemos que aquela ânsia que temos na juventude, que nos diz o tempo todo que não teremos tempo de tudo o que queremos, é mentirosa.
Não é por falta de tempo que não temos tudo o que queremos.
É por misericórdia divina.
Queremos coisas demais.
Queremos coisas que não nos trazem paz.
Tudo seria mais fácil se tão somente nós quiséssemos as coisa certas.
terça-feira, 19 de março de 2013
no warning
Lógica masculina:
Se um homem sequer sonhar que a mulher a quem ele está interessado, não está tão interessado nele assim, ainda que não seja verdade, ele simplesmente passa para a próxima.
Sem aviso prévio.
segunda-feira, 18 de março de 2013
doce veneno
Então amadurecer deve ser isso...
Quando você aprende que um rosto bonito num coração mau caráter não é suficiente para te fazer feliz.
Tá cheio de coração peçonhento se escondendo atrás de rosto bonito.
sorrateira
Eu posso te ouvir chegando, devagar, sorrateira, de mansinho...
Vem de longe me alertar sobre algo que eu não quero saber, algo que eu prefiro ignorar.
Ah, intuição...
Sim, eu te percebo!
Sim, eu te escuto!
Mas todas as vezes que você veio e eu te ignorei, no final me arrependi amargamente.
Então dessa vez eu peço a Deus, que me dê forças para te suportar e te seguir.
domingo, 17 de março de 2013
a angústia da borboleta
De repente,
fechou-se num casulo onde nem luz podia entrar, quem dirá algum outro ser.
Ficou trancada pensando estar fugindo?
Ficou trancada pensando estar fugindo?
Será que pensava estar morrendo?
Será que sofria ali?
Naquele seu pequeno mundo, que agora criara, a lagarta sente-se protegida.
De fato, protege-se?
Protege-se ou torna-se ainda mais vulnerável?
Pensa estar se defendendo?
Pensa estar se defendendo?
Creio que não.
Imagino que a lagarta, ao entrar no casulo, sabe de
todos os riscos que corre. Sendo lagarta pode ao menos enxergar os perigos que
lhe sondam. Mas, dentro de um casulo, o que pode ver? O que pode ver senão a
longa espera?
Será que a lagarta pensa duas vezes antes de querer se tranformar em uma borboleta? Ou será que é puro instinto?
Conheço tão pouco de borboletas... mas posso imaginar a sua angústia.
É necessário morrer para ser transformado! É preciso que a lagarta "morra" para que nasça a borboleta.
Abrir mão de ser lagarta não deve ser fácil.
Uma lagarta rasteja pelo chão, come folhas, é nojenta e pegajosa, causa repulsa. Uma certa garantia e defesa natural.
Já as borboletas voam
pelo ar, enfeitam e alegram ambientes, atraem olhares admirados, carregam o pólen das flores.
Para uma lagarta o chão é o máximo que se pode almejar. O chão não é lá um lugar muito seguro, mas ela o conhece. Sabe tudo sobre ele, sempre viveu nele, e por mais que sonhe com as flores, com o ar, não passa de uma lagarta que não sai do chão.
Um belo dia, um estalo. Sente o chamado a se trancafiar em uma crisálida. Local escuro, fechado, quase sem ar. Quase um sepulcro. E a lagarta sabe o que lhe espera: "a morte".
Ela vai transcender...
E os dias que não passam... os dias são sempre escuros dentro dos casulos.
E, talvez, sinta algo a esmagar.
O que será que ocorre dentro de um casulo? Quais as sensações que predominam naquele minúsculo ambiente?
E a dor de estar se destituindo do seu estado de lagarta para se tornar um outro ser deve ser imensa.
Que tipo de mutação e
milagre acontece dentro do casulo?
Então, depois de muitos dias, sente que o casulo ficou mais apertado. Sente que não consegue mais respirar, sente que aquela jaula onde se prendera por tantos dias já não pode mais conter ou segurar as suas asas...
Então, depois de muitos dias, sente que o casulo ficou mais apertado. Sente que não consegue mais respirar, sente que aquela jaula onde se prendera por tantos dias já não pode mais conter ou segurar as suas asas...
Asas? Mas ela sabe já ter asas?
Não sei. Só sei que da
mesma forma que sabe que tem de construir o casulo e nele se manter fechada,
ela sabe que deve se libertar.
Para que uma borboleta seja de fato borboleta, deve abandonar o casulo. Por um tempo foi necessário, mas não pode adota-lo como morada, porque certamente morrerá.
De repente, trava uma luta contra seu próprio forte. Ele foi obra de suas próprias mãos, e agora tem de destruí lo para viver.
Para que uma borboleta seja de fato borboleta, deve abandonar o casulo. Por um tempo foi necessário, mas não pode adota-lo como morada, porque certamente morrerá.
De repente, trava uma luta contra seu próprio forte. Ele foi obra de suas próprias mãos, e agora tem de destruí lo para viver.
Como a vida se contradiz às vezes...
No ímpeto de querer se libertar ela luta. Já é uma borboleta, muito
embora não conheça ainda o colorido de suas asas. Algo dentro dela diz que já
não é mais uma lagarta, e que deve voar.
E essa luta é muito dolorosa. Não é fácil desprender-se de nossos antigos "ideais" e "ideias". Mas, mais do que querer ser livre, ela quer viver. A liberdade, nesse caso, é apenas uma consequência.
E talvez ela queria desistir de tentar, pois não deve ser fácil livrar-se de um casulo tão bem feito.
Ao se fechar na crisálida, a lagarta fica ainda mais vulnerável, certamente. Mas deve-se correr o risco se quiser ser borboleta.
E não é qualquer lagarta que pode vir a ser uma borboleta.
E essa luta é muito dolorosa. Não é fácil desprender-se de nossos antigos "ideais" e "ideias". Mas, mais do que querer ser livre, ela quer viver. A liberdade, nesse caso, é apenas uma consequência.
E talvez ela queria desistir de tentar, pois não deve ser fácil livrar-se de um casulo tão bem feito.
Ao se fechar na crisálida, a lagarta fica ainda mais vulnerável, certamente. Mas deve-se correr o risco se quiser ser borboleta.
E não é qualquer lagarta que pode vir a ser uma borboleta.
E, talvez, por sua própria vontade, vivesse a vida toda como lagarta. Mas a natureza dispõe de um alarme, e ela sabe e atende ao seu destino.
Por mais que pense ser a morte, depois de todas as dores, depois de ter vencido o seu próprio cárcere, ela desponta. E abre linda as suas asas.
E já nasce sabendo voar... Afinal, foi
para isso que se trancou por tanto tempo.
a vida em preto e branco
Só vejo a incerteza no escuro, do escuro... a única luz que vejo vem da esperança do meu olhar, nada mais.
Estou tateando, caminhando devagar, reconhecendo onde piso, com medo de tropeçar e cair.
Porque seu eu cair, eu não saberei aonde.
E aonde já não sei...
No escuro tudo fica mais distante.
No escuro tudo parece maior do que realmente é.
No escuro mora o silêncio, que só é quebrado pelo som abafado do meu choro, do meu grito entalado que não sai, porque o medo não deixa.
O escuro abriga todos os medos.
Mas tem uma coisa boa. Tem uma vantagem de se estar no escuro.
No escuro tudo parece novo. Tudo é novo na escuridão. Até o que lhe é familiar é algo novo se visto de dentro da escuridão.
No escuro você se surpreende sempre. Não dá pra prever o que virá.
Você até pode prever seu movimento; você pode premeditar o seu passo, mas nunca saberá onde ele o vai levar. Se para frente, para trás. Se o teu passo vai te levar de encontro com a parede, ou ao vazio que te deixará no chão.
O escuro assusta e me fascina.
Ao mesmo tempo me aprisiona e me liberta.
O escuro é muito contraditório.
O escuro esconde e também revela. Ele revela o que de fato importa nas coisas.
Somos guiados pela aparência das coisas, pelo modo como o mundo se apresenta diante dos nossos olhos. Mas o escuro não te entrega nada, ele lhe nega a forma, a aparência. Mas, por outro lado, te presenteia com a essência de tudo, que é o que realmente importa.
É preciso saber olhar o escuro.
É preciso saber enxergar no escuro.
É preciso conseguir ver no escuro o real sentido de tudo.
Porque no escuro não existem coisas claras, nem bonito ou feio... No escuro não existe dúvida, somente incerteza.
Você não se pergunta se deve ir para esquerda ou direita, porque tanto faz. De qualquer modo você não sabe mesmo para onde está indo. Você simplesmente vai. Talvez porque um ruído ou som te atraiu; talvez porque do outro lado algo te arrepiou a espinha em medo.
Você nunca sabe pra que lado está indo, mesmo sabendo em qual direção seguiu.
E existe uma beleza tão grande nisso...
Pouco importa a roupa velha, o quilo a mais, a ruga nova...
No escuro não importa nada, e nada preocupa.
Vanessa Martins de Lima
epifania
Olhando a foto daquela linda casa, enquanto ouvia o barulho da chuva lá fora, cheguei à conclusão de que não é nada grandioso o que eu preciso. O que eu preciso o dinheiro não compra...
A minha paz não tem preço.
sinceridade
Por que será que os espelhos das lojas são tão sinceros?
Só o espelho aqui de casa é legal comigo...
sábado, 16 de março de 2013
sexta-feira, 8 de março de 2013
quarta-feira, 6 de março de 2013
sexta-feira, 1 de março de 2013
razão # 1
Me pergutaram por que eu terminei com ele.
"Porque ele não abraçava as árvores, e nem falava com os pássaros."
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