E que vibra tão alto que cala seus pensamentos
O silêncio que dói nos ossos,
Que se sente nas articulações.
Silêncio que franze a testa,
Que gela a espinha,
Que cauteriza o medo,
E que paraliza o caminhar.
Silêncio que é ponte e rio impetuoso
Que assusta e faz acalmar.
Silêncio que bate e abraça,
Silêncio que cega o olhar.
Esse silêncio cruel e amoroso,
Que se agarra à minha alma como quem quer casar,
Esse silêncio martírio dos meus dias,
Silêncio que eu tanto quis assassinar.
Agora o silêncio me olha, de um vazio profundo em que se abriga,
E sonda os meus sonhos, e me faz planos pra um futuro,
Onde silêncio algum não há.