sexta-feira, 27 de maio de 2016

sexo frágil

Num mundo onde mulheres são vistas como inferiores, frágeis (mas não no sentido benéfico da ideia por trás da palavra), onde mulheres são violentadas, violadas, assassinadas, no mínimo maltratadas - justamente por serem vistas como inferiores - e não se abre um gigante debate sobre o assunto, é cada dia mais assustador ser mulher.
Acordar todos os dias num mundo onde até em países que se dizem desenvolvidos, o número de estupro e violência contra a mulher é ridiculamente alto, onde a polícia faz vista grossa para que esses números não sejam ainda maiores e isso assuste a mídia internacional e manche a imagem soberana e intocada desses países, é acordar para um mundo de merda, um mundo deformado, um mundo que não parece ser habitado por seres "humanos".
Da África ninguém se lembra mais. Até parece que as mulheres daqueles países tão pobres e esquecidos são menos gente, menos humanas que as mulheres brancas europeias, ou as norte americanas.
Das muçulmanas ninguém ousa falar, por ser muitas vezes uma questão cultural e religiosa, e religião... sabe como é né? Religião não se discute.
O que dizer, então, dos países considerados cristãos, onde os próprios que se dizem cristãos e defensores da família fecham os olhos para os abusos sofridos por mulheres dia após dia?
Ser mulher e acordar num mundo onde uma adolescente é estuprada por mais de 30 homens, e isso é visto como piada e "consensual", é acordar para um mundo podre, não apenas doente mas em estado terminal dessa doença que o assola.
Disseram ser consensual... Porque, óbvio, todo mundo sabe que esse é o sonho de qualquer mulher, é fantasia sexual de qualquer menina ser violentada por 30 homens, um após o outro.
Não importa se a estatística é Sul Americana: 1 estupro a cada 11 minutos!
Ou se é europeia: 8 estupros por dia.
Não importa!
Ser mulher e acordar num mundo onde homem pode se achar no direito de enfiar o membro dele em alguém só porque esse alguém é mais fraco, é acordar para um pesadelo.

terça-feira, 17 de maio de 2016

inútil # 2

Eu disse um monte de verdade de um jeito que ninguém quis ouvir.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

(in)sanitário

Munida de um arsenal de limpeza, eu estava determinada a sumir com aquela mancha no vaso sanitário. Casa velha, tudo velho, e um vaso sanitário encardido. Eu não estava acostumada em morar numa casa onde o vaso sanitário é encardido. Então finalmente criei coragem e me dispus a limpar. Usei uma esponja de aço, e esfreguei a mancha com toda a minha força, e água sanitária, e outras denominações de desinfetantes e miraculosos tira manchas. Ao final do processo, meu braço estava cansado, as luvas furadas, e as manchas agora eram cinzas, da cor da esponja de aço. Fiquei tão furiosa e frustrada.
No final do dia o único assunto na minha cabeça era o vaso sanitário, eu só conseguia pensar nisso, nos motivos pelos quais não consegui limpá-lo, e o quanto me incomodava aquela mancha horrorosa, parecia que estava sempre sujo, não importava o quanto eu limpasse.

Foi então que me ocorreu um questionamento: quando foi que me tornei essa pessoa tão desinteressante?

quinta-feira, 12 de maio de 2016

be right back

There are always those five minutes in life that I think I can do anything 
I want.
But then, for some unknown reason they are dragged away from me, and I feel the same useless person as always.
If I just could make those five minutes miracle last for more then just five... Then maybe, just maybe I  could do anything I want.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

arrebatada

Não conseguia dormir de tanto 
sono que estava.
Tomei um remédio pra ajudar o 
sono a me vencer.
Mas não sei se foi por isso que tomei o remédio, ou se foi porque eu adoro essa sensação de não estar em nenhum lugar.