Dois inimigos estavam preparando-se para uma grande batalha.
Guerreariam até a morte ou rendição do outro.
Estavam apostando tudo nessa guerra.
Armaram-se dos seus melhores argumentos, selecionaram o campo de batalha, e usaram toda a artilharia pesada de sua consciência para garantir a vitória.
Nem mesmo sabiam porque estavam em guerra, mas essas coisas não se perguntam.
Se alguém lhe declara guerra você simplesmente - para não ser covarde - aceita.
Entraram de cabeça e alma.
Era tudo ou nada.
Desconhecendo as razões, permitiram que alguém os esclarecesse os motivos pelos quais iriam duelar até a morte.
...
Dois estranhos aguardavam a chegada de alguém.
Sentaram-se lado a lado no mesmo banco, em uma praça ou parque qualquer.
Folhas de outono cobriam todo o gramado.
Enquanto aguardavam, um deles sorriu para o outro, o que foi a porta para um diálogo.
Rapidamente encontraram assuntos em comum.
Ambos estava aguardando alguém, que lhes traria notícias que mudariam suas vidas para sempre.
Ambos tinham de enfrentar um inimigo.
Ambos não sabiam o real motivo pelo qual estavam em guerra.
Após muito conversar, decidiram que queriam manter contato após a batalha, caso fossem bem sucedidos, pois se agradaram da companhia do outro.
De repente o portador de todas as notícias chegou, e espantou-se ao observar que os inimigos mortais conversavam amigavelmente.
"Não podem ser amigos! Vocês são inimigos mortais e a batalha está prestes a começar" - bravejou o homem.
Ao que os dois homens, já não mais estranhos de si mesmos, o lançaram um olhar de frieza e desprezo.
Deram as mãos e fizeram as pazes antes mesmo de guerrear.